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História beleza e imponência
Sede da Prefeitura Municipal do Natal e marco do Centenário da Independência do Brasil, o Palácio Felipe Camarão é um verdadeiro monumento e parte da história da nossa cidade. Uma edificação imponente que nos presenteia com uma arquitetura deslumbrante e totalmente preservada.
No centenário do Palácio Felipe Camarão, resgatamos não apenas a história desse magnífico prédio, mas também a memória dos feitos de Dom Antônio Felipe Camarão, um dos maiores heróis potiguares, que dá nome à Casa do Governo Municipal. Em 7 de setembro de 1922, quando foi inaugurado o Palácio Felipe Camarão, Natal ganhou um palco para importantes atos e realizações da administração municipal e um patrimônio arquitetônico. Desde então, a cidade conta com mais um símbolo de sua rica e valorosa história.
As próximas páginas trazem um pouco da história do Palácio Felipe Camarão, seus elementos e seus personagens que escreveram, indissociavelmente, capítulos da história da capital potiguar. Bom passeio e uma excelente leitura.
Natal
Um legado de história e encantos
A primeira expedição portuguesa à Capitania do Rio Grande aconteceu em 1535. Na época, os franceses, apoiados pelos índios potiguares, já exploravam a região para contrabandear o pau-brasil, umas das nossas principais matérias-primas.
Comandadas por Mascarenhas Homem e Jerônimo de Albuquerque, as investidas lusitanas tiveram êxito na segunda tentativa, em 25 de dezembro de 1597. Expulsaram os franceses e construíram um forte que ficou conhecido como Fortaleza dos Reis Magos, devido ao fato de suas obras terem sido concluídas no dia 6 de janeiro de 1598, feriado de Santos Reis.
Ao redor do forte formou-se o primeiro povoado que, segundo historiadores, foi chamado de Cidade dos Reis, posteriormente batizado de Cidade do Natal. Existem duas versões para o nome: uma se refere ao dia em que a esquadra entrou na barra do rio Potengi e outra à demarcação do sítio, realizada por Jerônimo de Albuquerque no dia 25 de dezembro de 1599, data da fundação da cidade.
Entre 1633 e 1654 Natal foi dominada pelos holandeses, que alteraram o nome da fortaleza para Forte Keulen e o nome do povoado para Nova Amsterdã. No período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Natal foi ponto estratégico da operação dos aliados contra o Eixo e sediou uma base americana onde hoje se localiza a base aérea de Parnamirim – na época, distrito de Natal.


Antônio Felipe Camarão Heroico indígena potiguar
Poti ou Potiguaçu foi um indígena brasileiro da tribo potiguar, nascido no início do século XVII na Aldeia Velha, atual bairro do Igapó, na então Capitania do Rio Grande, hoje estado do Rio Grande do Norte.
Em 1612 foi catequizado e batizado pelos jesuítas, juntamente com a sua esposa Clara Camarão, passando a chamar-se Antônio Felipe Camarão. O primeiro nome, em homenagem ao santo do dia, o segundo, ao rei de Portugal e Espanha, e o terceiro representa a tradução da palavra indígena Poti.
Por conta de sua bravura, em 16 de maio de 1633, o rei de Portugal concedeu-lhe um brasão de armas e nomeou-o capitão-mor de todos os índios do Brasil. A partir daí, passou a usar a palavra “Dom”, antes do nome, como indicativo de nobreza.
Faleceu no Arraial (novo) do Bom Jesus (Pernambuco), em 24 de agosto de 1648, em consequência de ferimentos sofridos no mês anterior, durante a Batalha dos Guararapes. Após a sua morte, foi sucedido no comando dos soldados insurgentes indígenas por seu sobrinho, D. Diogo Pinheiro Camarão.
O Palácio Felipe Camarão - Rua Ulisses Caldas, 81, Cidade Alta
O prédio do Palácio Felipe Camarão foi construído no ano de 1922, pelo construtor Miguel Micussi, sendo inaugurado no mesmo ano no dia 7 de setembro, marcando o Centenário da Independência do Brasil. A construção do Palácio foi realizada durante a administração do governador Antônio José de Melo e Souza (1920-1924) e do intendente municipal Teodósio Paiva. Na época, a sede da atual Prefeitura Municipal veio para substituir um casarão de linhas coloniais onde funcionava a Presidência da Intendência Municipal. No entanto, foi apenas em 1955, por meio da Lei 359/A, que a sede da governadoria municipal recebeu o nome de Palácio Felipe Camarão, em homenagem ao índio Poti e herói potiguar.


Um palácio no coração da cidade
Trata-se de uma sólida edificação de alvenaria, com partido de planta regular, desenvolvido em dois pavimentos. O prédio ostenta uma fachada requintada, que busca a simetria. Possui pórtico de entrada enquadrado por pilastras com capitéis de massa, que apoiam um grande arco. O pórtico é constituído de três portas de acesso, superpostas por igual número de janelas rasgadas. Exibe ainda um frontão curvilíneo com cornija de massa, e platibanda arrematada por pináculos e vasos, possivelmente metálicos. A platibanda e as paredes das fachadas são redescobertas por decoração de massa, denunciando o gosto pelo estilo eclético, muito em voga à época da construção.
No alto do pórtico de entrada, há uma inscrição que identifica o prédio: Prefeitura Municipal. Mais acima, vê-se o brasão da cidade do Natal: em campo azul, uma estrela caudada de ouro, encimada pela coroa simbólica da cidade, um listrão azul, embaixo do escudo, com a palavra Natal, com letras de ouro.
Internamente, o prédio foi concebido com amplo hall de entrada, com escada de acesso ao pavimento superior, onde ficavam as salas destinadas às sessões da Intendência, o gabinete do intendente secretário, a tesouraria, uma sala técnica e a contadoria.
Carta de Felipe Camarão • 1648
Carta escrita por Dom Antônio Felipe Camarão, Governador do Índios, ao cacique Pedro Poti, apoiador dos holandeses durante a invasão da Holanda em Pernambuco. A carta é em confronto a uma medida dos holandeses que pretendiam obter a aprovação dos colonos perdoando suas dívidas e oferecendo indenização por terras ocupadas com o objetivo de consolidar o seu domínio sobre a região.


Personalidades do Palácio Felipe Camarão

Administradores
de Natal

Antes de 1926, o governo do município era denominado Intendência, sendo os intendentes escolhidos por uma junta administrativa. Após essa data passou a Prefeitura a ter seu dirigente nomeado pelo Governo Estadual. A partir de 1960, os prefeitos de Natal passaram a ser eleitos pelo povo, através do voto direto. Com o golpe militar de 1964, volta a vigorar a escolha indireta. De 1985 para cá, vivemos a redemocratização e fazemos uso do voto livre para escolher prefeitos.
Intendentes


Prefeitos


O Brasão

Em 23 de agosto de 1909, o Governo Municipal de Natal oficializou o Brasão de Armas do Município. Ele é composto por um escudo azul coroado na parte externa e por uma estrela caudada de ouro, que é símbolo da cidade, na parte interna. Abaixo, uma faixa azul com a palavra NATAL em letras de ouro. O Brasão de Armas é usado no timbre dos papéis oficiais do município.
O Hino
de Natal
Natal, Cidade do Sol, tu representas tanto para mim!
No início, Forte dos Reis Magos, Cidade Alta, Ribeira e Alecrim.
Daí, sempre a crescer, um cajueiro, galhos a estender,
Brotou nas Rocas, Quintas e Tirol, em Igapó, Redinha e Mirassol;
Chegou à Zona Norte, em Mãe Luíza se enraíza no farol.
O mar, enamorado, colar de praias te presenteou;
E o Potengi amado em teu regaço com o porvir sonhou.
Natal, provinciana, a tua história nos contou Cascudo:
A luta com o batavo, as procissões, o pastoril, o entrudo.
Natal, Cidade do Sol, tu representas tanto para mim!
No início, Forte dos Reis Magos, Cidade Alta, Ribeira e Alecrim.
Daí, sempre a crescer, um cajueiro, galhos a estender,
Brotou em Morro Branco e Bom Pastor, em Candelária, Felipe Camarão;
Do Morro do Careca, em Ponta Negra, vem rolando até o chão.
O mar, enamorado, colar de praias te presenteou;
E o Potengi amado em teu regaço com o porvir sonhou.
Natal, espacial, ao céu foguete vai levar mensagem
De amor e de esperança a quem fiel evoca a tua imagem.
Letra e música: Waldson José Bastos Pinheiro
